As gotas que salpicam a janela
Lembram-me que o mundo existe,
E continua a existir,
Fora do aconchego desta manta.
Aqui debaixo,
Onde duas mãos quentes
Se entrelaçam e aquecem,
A ameaça não é a de um mundo
que insiste em continuar.
Se na mundivisão da Ciência e da Razão
A hipótese é o princípio,
O Romantismo e a Emoção cedem ao hipotético
O espaço entre a espada e a parede.
Dois lados cerebrais puxam-me
Ora para a esquerda,
Ora para a direita…
Corro o risco de ser dilacerada pelo Equador do meu corpo…
Pois não sou Razão;
Não sou Emoção.
Como poderia uma parte causar a cisão do ser que a sustenta?
Além de mim,
Dois hemisférios coexistem.
Eu sou quem une.
Eu sou quem ama.